sábado, 24 de dezembro de 2011

A ilusão só muda de nome e endereço.

Carregava em seu peito a angustia da sensação de ser traída e toda a sua dor. Alguma coisa havia se quebrado e não sobraria nada para se reciclar, pois esse sim foi um estrago irreparável e horrível. Seu pequeno coração já tinha sido pisado inúmeras vezes, estraçalhado na maioria delas. Se sentia desnorteada e de tantos pedaços que se fez não sabia se conseguiria juntar-se novamente. Afinal, existiria alguma 'super cola' para tal feito no minimo peculiar? O amor era algo que no começo proporcionava uma cura imensa, um bem estar tremendo, mas que no final acabava com a dor e o nada, e para ela sinceramente eram as piores proporções existentes. Precisava usar toda sua força emocional nessas ocasiões, não podia deixar memórias escaparem e a atingirem como facas afiadas, era difícil ao extremo, testando seus limites em todos os momentos. Mas ela sabia que vencendo essa luta, com a ajuda do tempo, as coisas voltariam a ser colocadas em seus lugares. Pelo menos era o que ela esperava.

domingo, 23 de outubro de 2011

Psicologico protestante.

E descarregava as energias em sorrisos. Precisava praticar algum ato que a fizesse confortável perante todos. A raiva impregnada no sangue que fervia e subia, até o alto da garganta. Ela, para não cuspir de ódio travava o sangue na garganta e praticava o verbo sorrir. Exuberante, desfilava pelos corredores à procura de se descarregar. De mostrar pra eles que era capaz de enfrentar a obscuridade sem deixar-se ser derrubada por ela. As unhas cravadas na palma da mão para não interferir em suas emoções. Estancava suas feridas com um pano de ódio. Era insensível, e jamais se aproximava novamente de quem a fez mal. Pensava que se a pessoa já lhe tinha desagradado e a machucado uma vez, porque não viria a fazer de novo? Se afastava de tudo que a fazia sofrer. Sofria por se afastar. Irônico e passageiro. Ninguém nunca foi capaz de marcar sua vida tão lá no fundo que nenhum pano de rancor estancasse a ferida. Mas ela sabia que alguém iria chegar e a mudar. Enquanto as linhas do destino não se encontravam com seu ponto e inicio de paragrafo, ela vivia como sempre. Distante. Perdida. Se machucando para continuar.


Pelo menos ela continuava...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Prágmatico.

Eu tenho medo de te ver fechando a porta das lembranças que me ligam a você e queimando as chaves da fechadura pra nunca mais abrir. Para as lembranças nunca mais escaparem. Receio que você ache que elas estão no lugar certo, ali, trancadas esperando uma tentativa pra voltar a respirar em suas veias e coração. Talvez ache melhor não ter resquicios de mim em sua vida. Talvez arranque todas as folhas dos cadernos que eu escrevi dedicatorias de amor com minha caligrafia horrenda. Talvez jogue fora aquela carta que eu lhe fiz visando te mostrar o quanto de você existe em mim. Talvez num dia de sol, quando sua vida ja estiver sido esvaziada do lixo 'eu' e quando as lembranças nao te atormentarem mais, tu "esqueça" o nosso anel de compromisso no meio fio de uma rua sem importância. Troque a senha do msn, me delete em todas as redes sociais e antes de apagar as mensagens junto com meu numero ainda com o nome 'amor' as leia de novo, só pra lembrar dos nossos momentos. Depois desses segundos de deja vu, pressione 'apagar tudo' sem dó. Talvez teus amigos te lembrem do meu nome, ou algum fale de como eu era simpática só pra te irritar. Talvez você coloque num saco de lixo todas as coisas que eu te dei, deixando o saco na parte de baixo do guarda roupa. Só espero que se isso acontecer, você tome cuidado com meu coração, ele pode te cortar com os estilhaços do que um dia fora um grande amor. E ai, ainda seja. Só que com mais ênfase na palavra dor e solidão como nunca. Lembre que eu prometi que nunca iria lhe deixar, que nunca iria parar de te amar. E tu sabe que quando eu prometo, eu cumpro até o ultimo dia de sanidade mental.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

"Eu te amo mais do que todos juntos podem te amar. Eu te amo mais que toda a extensão da galáctea, toda a extensão do universo. Eu te amo mais do que o infinito, mais do que a luz de um pra sempre. Eu te amo mais que toda a eternidade junta. Muito mais do que todas as coisas que um dia possa existir, muito mais do a mim mesma. Eu te amo mais do que uma pessoa pode amar a outra. E sinceramente? Eu não sei como isso pode ser possivel, só sei que eu amo mais do que consigo expressar-te por meio de palavras e frases mal feitas. E se tudo tem uma limitação, desculpa, mas meu amor por você é exceção à regra." Drika Danieli.  

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Um coração pra dois.

- Meu amor, levante-se. Vamos, vamos, já é quase de tarde! - ele falou com a voz rouca e macia no meu ouvido, para me acordar já com um sorriso imenso no rosto. Mordeu minha orelha e sentou na cama esperando-me.
 Cocei os olhos pois o quarto aquela hora estava bem iluminado, por um sol másculo crescendo pelo vidro da janela e levando luz a todo o canto do quarto. Estalei os dedos, passei a mão pelo cabelo e me espriguicei enquanto ele me olhava. Sentei, e o puxei pra cima de mim, e então ele veio com seus lábios exaurindo sabor de menta, destribuiu carícias, mordidinhas por meu corpo. Pegou-me no colo para ir tomar café com ele.
- Eu te amo minha pequena, eu te amo, amo, eu te amo, mais do que tudo, lalala. - ele cantarolava desafinadamente enquanto me arrodeava na sala. Esbocei um sorriso enorme, tão feliz por ser dele.
Me colocou na cadeira, ajeitou-me enquanto aos risos eu o elogiava pela mesa tão bela.
- Obrigada anjo, por você eu faço isso todos os dias e muito mais.
 Ele conseguia o efeito devastador que me causava em todos os aspectos, sorrindo, falando ou pelo seu toque. Eu amava ser dele, amava a ideia dele ser meu. Tomamos o café, que estava delicioso com tudo o que eu gostava e ai fomos para o jardim.
- Ei mocinho, eu acho melhor você ficar longe dessa piscina, se não vou me sentir obrigada a retirá-lo do domicilio. Ordens são ordens, e estou aqui para cumpri-las. Se afaste por bem ou vou ter que usar de meus artificios. - falei em meio a caretas, num tom sério.
- Se quiser me retirar do domicilio, venha e me pegue. - falou em tom de deboche, com um sorriso de canto expresso na face.
Imediatamente eu corri em direçao a ele, que por sua vez ficou dando voltas ao redor da piscina e me fez desistir. Sentei com os pés na agua calma, deliciosa para aquele verão todo. Ele correu na minha direção e me deu um beijo, disse que minha pele era macia e me levantou. Tirou minha camisa e passou a mão pela renda da minha roupa intima. Tirei a camisa dele, e beijei suas costas com ossos salientes. Me pegou pela cintura, e empurrou-me na agua junto com seu corpo. E então continuamos o que a noite passada, - a da nossa lua de mel - nos proporcionou.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Meu anjo protetor.

Oi vô, quanto tempo né? O senhor ainda se lembra da minha voz? Porque eu lembro da sua, lembro todos os dias. Ninguém aqui tem a noção do quanto eu sinto sua falta, do quanto eu queria poder te abraçar e te sentir perto de mim. Lembra vô, que por causa do câncer o senhor não podia tomar chimarrão quente e tinha que tomar em cuia separada? Lembra que eu ia e sentava do seu lado e tomava com o senhor? Lembra que eu lhe falei 'nossa que coisa fria, éca' e fiz cara de nojo e o senhor riu e disse que não precisava tomar se eu não quisesse, eu tomaria qualquer coisa pra poder estar do teu lado de novo vô. Desculpa por nunca ter escrito algo para o senhor antes, me perdoa. Sabe vô, quando eu falo com o senhor mesmo sem ter uma resposta, eu me sinto bem. Porque eu sei que em qualquer lugar que o senhor esteja, eu sei que vai estar me ouvindo. Nunca pense que eu lhe esqueci, isso nunca vai acontecer. O senhor é importante demais para ser apagado com a droga do tempo. Eu sei que já fazem 4 anos desde que eu não vejo o seu sorriso e que não ando de braço dado com o senhor na rua, que não tenho mais com quem conversar sobre futebol, que não tenho ninguém pra me fazer rir de forma tão simples. Eu nunca vou conhecer alguém capaz de chegar aos teus pés vô, nunca ninguém vai conseguir tentar te substituir. Vô, o senhor lembra de quando eu era criança? De como o senhor me fazia cócegas e minha barriga doía de tanto rir? De quando eu brincava com seus óculos e te fazia caminhar até o mercado pra comprar doces pra mim. Vô, o senhor lembra que não me deixavam entrar no hospital pra te ver? Lembra aquela vez que eu dei um jeito e subi correndo as escadas ate o corredor que dava pro teu quarto? Lembra que depois de uns quinze minutos a enfermeira veio me buscar pra descer? Lembra o quanto nós rimos? Eu odiava quando eu chegava da escola e me diziam que o senhor ainda estava no hospital. Eu ainda odeio hospitais. Ai vô, seu abraço era tão maravilhoso. Servia como um escudo protetor de tudo o que havia de mal. Dizem que não se pode chorar quando você falar, lembra ou escreve de pessoas que não estão mais entre nós, mas eu não consigo conter minhas lágrimas vô. Eu nunca vou conseguir contê-las. Eu me lembro de tudo como foi naquele dia. Eu sentia uma inquietação dentro do peito, mas eu acabei de assistir o jogo do inter contra o botafogo, eu lembro que o inter ganhou de 2x1. Como tava muito frio eu deitei, era meia noite e eu não tinha conseguido dormir. Depois de algum tempo o celular da mãe tocou, vô eu lembro que eu comecei a chorar e a urrar de tanta dor. Mesmo sem a minha mãe ter me dito nada, eu já sabia. Eu odeio aquele dia. Odeio aquele celular por ter tocado. Lembro que fomos correndo pro hospital, já não adiantava mais. Vô, sabe o quanto foi horrível saber que o coração da pessoa que você ama tá parando de bater aos poucos e você tá ali a poucos metros de tudo sem poder fazer nada? Acho que ninguém pode entender. Eu lembro da Queli dobrando o corredor aos prantos, e eu levantando do chão frio daquela merda de hospital e indo abraçar ela sabendo que o senhor tinha partido. Droga vô, eu daria tudo, tudo mesmo pra poder te abraçar de novo e ouvir sua voz. Eu queria poder te apresentar meu namorado e saber se o senhor o aprova, queria poder saber se você reconheceria que sua menininha cresceu. Queria saber se o meu vô, o meu anjo, se orgulha de mim. Se por ventura se orgulha do que sou. Eu queria poder viver tudo que nós dois vivemos de novo vô, eu queria poder ter o senhor a menos de 100 metros da minha casa novamente. Queria poder ir la na vó e saber que seu lugar ao lado do fogão a lenha esta preenchido de novo. Eu só queria saber se o senhor gosta de mim ainda do jeito que eu me tornei. Seria tudo tão mais fácil. Eu te amo minha estrela guia, te amo de um jeito imparcial, inatingível e inquantificavel. Obrigado por ser meu pai, me ajudar e me aconselhar. Meu vô, obrigado por existir. Mesmo que agora já não possamos nos ter no físico. Eu quero lhe pedir perdão de novo, por tudo o que eu fiz que de alguma forma te machucou meu avô. Quero que me perdoe por cada palavra que eu disse que te fez duvidar do meu sentimento pelo senhor. Quero que me perdoe por todos os meus erros. E dai de onde voce esta, lembra que a sua neta aqui te ama e não consegue descrever esse sentimento enorme em palavras. E que ela se orgulha de ter um avô como o senhor.
Cheguei no cemitério, estava debaixo do arco do portão central. Revisei mentalmente pra onde eu tinha que seguir e fui caminhando, ouvindo o esmagar das britas debaixo da sola do meu sapato. Retirei o capuz, me ajoelhei. Observei o nome na lápide, passei os dedos no contorno da foto, pelas letras e deixei minha mão cair. Ajeitei o buquê de cravos que um mês atras descobri que você gostava. Me senti invadindo o lugar, acho que essa era a impressao porque nunca tive a oportunidade de te conhecer. Acho que não entendes o quanto eu queria ter podido ter a chance de me apresentar num domingo de tarde antes de sei la, começar o jogo de futebol do seu grêmio contra aquele time que estava na ponta da tabela. Sabe, queria poder tomar chimarrao contigo nas tardes de domingo, com você me contando histórias da sua vida que eu adoraria ter o prazer de ouvir. Ver que eu tirei um sorriso seu seria importante demais pra mim. Queria poder construir com você um laço de 'pai e filha', daqueles bem paternais e fortes. Queria poder investir toda a minha carência paterna no nosso laço, me exforçando o máximo. Queria que você pudesse ser meu segundo pai, meu ombro 'amigo'. Passar horas conversando sobre o futebol, falar de grêmio, de inter, de tudo. Ficar ouvindo você falar algo sobre seus gostos pessoais e descobrir que a hora passa rapido demais quando estou com você. Partilhar histórias, risadas. Te contar da minha vida, rir das pessoas da tv e poder te abraçar. Quando eu estivesse indo embora, que voce me falasse algo como 'ah, espero que volte no proximo final de semana', poder te fazer um convite para vir conhecer a minha familia. Sogro, posso te dizer uma coisa? Mesmo que nao tenhamos sido apresentados por obra do destino, saiba que eu lhe admiro. As coisas que seu filho me conta, as histórias sabe, são de um homem batalhador. Mesmo sem te conhecer, eu sinto um sentimento puro e nobre por ti. E, eu queria poder lhe pedir se eu posso mesmo te chamar de sogro. Eu queria te pedir a benção pra que o namoro de seu filho comigo dê certo. Eu sei que você se orgulha muito do seu menino, que ele é como uma pedra preciosa de valor inestimavel. Eu te prometo cuidar dele, eu e você sabemos que ele não sabe fazer isso direito. Eu prometo zelar e dar muito amor e carinho pro seu filho. Eu prometo tentar ser tudo o que ele quer. Eu juro que eu não vou deixar ele cair enquanto estiver sob a resguarda de meus braços. Eu só queria que você soubesse disso meu sogro, queria sua benção. Muito.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Um futuro capitulo da nossa historia.

Eu só quero você e eu daqui um tempo juntos, andando de mãos dadas e rindo de histórias passadas, com o mesmo sorriso do começo de tudo. Eu acordada com sua mão entrelaçada na minha e imaginando o quanto eu te pedi comigo toda noite antes de dormir. Sua respiração na minha nuca, seu hálito fresco perto da minha boca. Nós dois sentados na praia à noite olhando as estrelas e inventando constelações, dando nomes a elas e vendo o brilho delas e seu contraste por sobre a agua do mar junto com a lua. Eu e você na cozinha tentando cozinhar algo, você me fazendo rir derrubando os ingredientes e ate mesmo começando uma guerra de comida. Eu ficando irritada contigo por só saber fazer idiotices, fazendo bico quando ficava triste e manha quando estava carente. E tu, vindo de mansinho, me abraçando por tras, mechendo no meu cabelo, fazendo caricias por meu corpo e finalmente um ataque de cócegas para deixar de vez a parte do 'irritada' pra lá. Nós dois sentados no telhado, eu com a cabeça em seu peito ouvindo seu coração bater e você brincando com meus dedos e sugerindo nomes aos nossos filhos, dizendo como ia ser o jeitinho de cada um e implicando comigo dizendo que se puxassem pra mim iam ser chatos. Eu rindo das tuas piadas, do seu jeito de andar, das suas caretas, das suas respostas sem fundamento. Você e eu, num dia frio, embaixo de um cobertor com chocolate quente e porcarias pra comer enquanto assistiamos meu filme preferido. Eu chorando nas partes tristes e dramaticas com você comigo, a cada gota que caia das lagrimas me abraçando ainda mais forte. Tu dizendo no meu ouvido o quanto me ama e me acha linda, de como eu fico quando estou braba e imitando o meu jeito de falar. Seu corpo sobre o meu e a respiração forte no meu pescoço, suas pernas enroladas na minha, nossos corpos suados pressionando um contra o outro, seus beijos invasivos por todo o corpo, minhas mãos frias escorregando sobre seu peito, suas mordidas pelas minhas pernas, coxas, braços, barriga por todo o lugar, e suas mãos suaves desenhando as linhas do meu corpo. Você buscando abrigo nos meus braços, nós dois contando as horas no trabalho para nos ver de noite. Eu e você com nossos filhos correndo pra fora e pra dentro de casa, nós dois jogando futebol com eles, brincando e os mimando ao maximo. Você todo atensioso indo ate o quarto de cada um e dando um beijo de boa noite e por fim um 'eu te amo filhão', checando as cobertas para que tivesse certeza de que nenhum ia passar frio ou sentir calor. Sua escova de dentes do lado da minha, suas roupas desdobradas e desorganizadas misturadas com as minhas. Eu com sua blusa predileta andando pela casa e mostrando a nossa filha um botão de rosa que floreceu no jardim. Nós dois saindo um pouco antes do trabalho para ir buscar nossos anjos na escola. Você bobão, quase chorando por ganhar um cartao deles e um presente que eu ajudei a comprar no dia dos pais. Você e eles me surpreendendo no dia das mães com flores e chocolate. E no dia dos nossos aniversarios eles tentando dar o melhor para nos fazer um presente com ingredientes da cozinha. Acabariamos os quatro rindo de tudo e as crianças depois de comer indo tomar um bom banho para tirar a areia e a terra das brincadeiras que a gente inventou. Quando maiores nossos pequenos pedindo nossa historia desde o começo, querendo saber parte por parte como nos conhecemos. Eu chorando por relembrar de tudo e vocês me abraçando coletivamente. Por fim, nos e nossos filhos num domingo de verão na praia, eles brincando na areia e no mar e nós dois juntos um abraçado no outro, juntos eternamente.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Importante é deixar partir.

Você deixou cair as mãos por sobre meus ombros, deslizou-a até as pontas dos meus dedos, passou pela minha cintura e me apertou contra o peito. Me deu um daqueles abraços de quem pede ajuda por intermédio mas nao sabe como falar. Deixou-se esquecer pelo calor dos nossos corpos, queria eternizar aquele momento, ter de lembrança na memória. Tocou meu rosto suavemente, desenhou e redesenhou meu lábios, nariz e sombrancelha. Passou a mão no meu cabelo, enrolou nas pontas dos dedos e deixou os fios cairem, escorrerem pelas mãos. Me deu um beijo na testa com ternura e me fitou. Tentei enxergar além de seus olhos castanho esverdeados e o que vi era uma partida, daquelas que doem mesmo. Que te deixam com um buraco no peito imensuravel, mas que depois de um tempo outra pessoa aparece com uma pá e um pouco a mais de sentimento e concerta, cura. Perdi-me, a magoa de partir era tanta que lhe embaçava a visão. Soltou uma lágrima, duas, três. Respirou fundo quatro vezes e se recompôs. Ainda me olhava, sabia que eu tinha entendido mas tinha medo de partir e me deixar ser de outro alguem. Me aconchegou em seus braços pela ultima vez, me apertou moderadamente e fez com que suas mãos deslizassem pelas minhas costas. Inclinou a cabeça, me beijou a bochecha e sorriu como quem agradecia todos os momentos. Virou-se e caminhou decidido para uma nova vida. Pontadas de dor me surgem portanto toda vez que eu penso que podia ter tido saido correndo atras de voce e nao lhe deixar partir. Então meu dengo, perdoe-me por nao ter sido capaz. Eu falhei.

sábado, 25 de junho de 2011

Da palavra você.

A sua voz agora poderia me livrar de toda essa dor. Um 'eu senti sua falta' poderia me fazer sorrir por horas se viesse de ti. Se eu olhar pra uma estrela, saiba que eu vou me lembrar de você. Essa dor que nunca vai embora, eu sei que um dia vai encontrar uma cura. Eu só não queria te perder em meio a tantos acontecimentos e memórias, quero te levar adiante, pro futuro. Felizmente você tem sorte de eu ser masoquista e aguentar levar mágoas de uma estação para a outra. De verões para invernos. De te levar mesmo doendo tanto, mas nao o bastante pra me fazer parar. Eu sou assim, tem machucados que eu levo comigo pra sempre, por tanto tempo que eles começam a fazer parte de mim. Pode-se dizer que eu sou uma pessoa feita de dores e, particulamente eu gosto disso.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Feliz dia 12.

Sentei-me no banco de madeira tingido de verde maçã da praça central da minha cidade. Era muita informação ao meu redor, carros passando, gente conversando por todo o lado e o zum zum de pessoas. Aquilo me deixava tonta e enjoada. Gostava de sentar lá e ficar brincando com o destino de cada pessoa, como por exemplo imaginar o que ela fez o restante do dia e para onde ela estava indo naquele instante. Parei de repente, interrompendo todos os meus pensamentos. A nossa música. A nossa música estava tocando nos meus fones, irradiando recordações, me fazendo lembrar de tudo. Deslizei o indicador por sobre a embalagem de agua mineral com gás, suspirei. Voltei pra fevereiro, num daqueles dias totalmente ensolarados e quentes. Me vi tremendo, suando frio e com o coração totalmente coberto por gelo. Lembro-me bem que adorava ser assim, que adorava o fato de conseguir nao me apaixonar por ninguem. De ser forte daquele jeito. Mas as certezas concretas que eu tinha desmoronaram quando eu vi você cruzando a esquina e vindo na minha direçao, diminuindo cada vez mais a distancia que havia entre nós. Aquela foi uma das horas mais horriveis, porque eu me segurei pra não cair pra dentro de você, eu me segurei e me limitei a te dar um abraço totalmente forte daqueles de que você não quer que a pessoa saia dali nunca mais. Passei todas as conversas mentalmente, lembrando a mim mesma do quão bonita é a sua voz. Realçando cada momento que me disseste algo lindo, com amor esculpindo a pupila dos olhos. Eu sabia desde aquele dia que você ia tomar conta da minha vida, que eu teria que mudar muito o meu jeito singular e egoista de se importar apenas comigo. Eu sabia desde o primeiro momento que o melhor presente ao acordar seria seu coração batendo, que nada mais alem da sua respiração importaria. Eu tentei com todas as minhas forças não te amar, mas o amor me roubou da razão e agora não é mais o sol que me guia, é esses teus olhos claros. Todas as dimensões do universo podem se impor entre nós, todas as pessoas podem ser contra tudo o que cabe e se concentra em voce aqui no meu peito, eu só quero que tu saiba que eu vou lutar contra tudo isso quando for preciso, que vou engolir todo o meu ego e orgulho e te pedir desculpas se eu errei. Vou fazer com que eu mereça ser perdoada, que não me desculpe apenas por desculpar. Quero te proteger, nem que eu tenha que usar das minhas mais fortes armas, que eu tenha que usar todos os meus escudos, não importa se eu tiver que me sacrificar, de que eu tenha que servir de escudo. Não importa. Eu brigo, eu xingo, eu bato, eu finjo nao me importar com nada. Mas quando eu faço isso é porque eu me importo pra caralho e é porque eu, em algum momento me senti sozinha. Eu ainda tenho essas coisas de se sentir sozinha em mim, é instintivo. Eu tenho medo de te mostrar o meu mundo, porque nunca ninguem entrou nele. Nunca ninguem conseguiu ir tão longe como voce esta indo sem desistir. Quero que entenda que se eu criava ou crio barreiras é pra tentar salvar os muros condenados da minha fortaleza. E se eu me sinto sozinha é porque ninguem foi capaz de perfurar o gelo que sonda o meu coração. Tu entende que estas conseguindo entrar dentro de mim e me tomar por completo? Não vai ter mais volta quando acontecer de vez. E eu tenho medo de me machucar, medo de expor meus sentimentos e depois voltar no passado e me sentir uma idiota, como por vezes me senti. O grande problema é o meu medo de cair do penhasco e nao ter ninguem pra me segurar lá embaixo, de novo. Quando se quebra um coração, é dificil fazer com que ele aprenda a amar novamente, mas isso acontece. E voce me fez reacreditar que existe principes encantados. Me fez reacreditar no amor. Voce não tem noçao do modo como tu consegue agir sobre mim, de como um sorriso que eu tiro de voce me faz bem. Quando tu me abraça eu sinto a melhor sensação, de afeto, proteção e principalmente o sentimento que engloba tudo: amor.
A musica ja estava acabando e me peguei cantando o ultimo verso: 'Só eu sei o que eu sinto, quando estou sem você,
mas com você me sinto, impossível descrever', sorri derrotada. Eu era mais uma boba apaixonada que ainda conseguia lembrar que o mundo nao parava só por causa disso. Me peguei sussurando a meia voz com o sorriso mais puro na face: Obrigada por tornar meus dias melhores Daniel Lucas Favero Simionatto, eu te amo de um jeito inquantificavel, que eu não consigo sustentar com palavras limitadas por letras, é muito mais que apenas palavras, é muito mais que tudo que eu ja tenha sentido.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ei, amor.

Começo a escrever esse post sob a custódia de uma promessa agora quebrada. Prometi a tempos atras que eu jamais iria me apaixonar enlouquecidamente por alguem, a ponto de chegar a escrever pra essa pessoa, de meu mundo girar e eu conseguir andar só pelo fato de que ela respira. Mas foi mal ai, isso aconteceu. Teoricamente tá acontecendo.

Sabe, amar alguem era uma coisa tao distante do meu mundo, tão sem nexo e tão ridiculo. Eu tinha uma certa repugnancia das pessoas que estavam amando alguem, porque elas ficavam chatas e insuportaveis, só sabiam falar de seu respectivo amor. Eu mesma, muitas vezes fiquei indignada na relutância em só falar de uma pessoa e nao conversar sobre mais nada. Nada mesmo. Eu ficava pensando que amar alguem era realmente uma merda. As pessoas só se fodiam ou eram fodidas. Acho que eu ainda tenho um pouco disso dentro de mim, mas o primeiro beijo dentre eu e ele sufocou essa perspectiva de vida. Eu não me desprendo fácil, eu não sou de ficar nas nuvens por alguem. Eu nunca fui assim, como agora. A coisa que ainda nao me deixa entrar nisso de cabeça de vez mesmo é o medo. Já me chamaram de fria, egoísta e sem amor por ser assim. Mas as pessoas nao entendem que eu já magoei e fui magoada pelas pessoas mais importantes da minha vida, que eu tive que me desfazer de muita coisa material e de muito lixo interno. E eu sorrio quando penso que eu ainda sou capaz de amar alguem que não é da minha familia, que nao tem meu sangue. Eu sei que existem problemas muito maiores que os meus, mas muito mesmo, eu não estou comparando com nada. Eu sei que a dor de cada pessoa é diferente mas nao deixa de ser menos importante. Muita gente, como eu, não sabe o que fazer pra superar isso. Mas apaixonar-se, porra apaixonar-se é a melhor coisa que pode se fazer quando se tem um coraçao doendo. Parece loucura né? Mas me diz se o amor tem alguma razão. E agora tu menina, levanta dai, coloca um sorriso nesse teu rosto lindo e sai, o amor da tua vida pode estar cavado numa dessas esquinas.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Meus problemas.

 Faz muito tempo que eu ando com bastante coisa engasgada, entrecortando a minha garganta e engulindo pra não por pra fora. Mas eu decidi que chegou a hora de eu vomitar essas palavras aqui, porque eu não consigo mais suporta-lás. Não me importa se ninguem vai ler, mas eu pelo menos vou estar melhor depois de postar isso.
 Nessas ultimas semanas muitas coisas tem acontecido. Muitas delas me machucaram. Aquelas situações que você não sabe o que faz, se chora junto, sozinha, fala alguma coisa ou fica calada. Bom, eu escolhi dentre algumas vezes as duas ultimas opções. Sabe porque? Porque cansa guardar coisas que te machucam dentro de ti, e sim eu dou conselhos pra pessoas que passam as mesmas coisas que eu passo, só que eu nao os sigo. Talvez porque dar uma visao para os outros olhando de fora seja mais facil. Afinal, não é voce que vai ter de enfrentar tudo não é? Enfim, descobrir que uma das pessoas que eu mais amo tambem sentia o mesmo que eu sinto e saber que de uma forma era tudo mentira. E desculpa mas depois de tudo nao teve como não passar a odiar uma pessoa ainda mais, pensar que eu viajei com um dos propositos de perdoa-la e ai descobrir exatamente toda a verdade. Isso me machuca muito, porque eu imaginei momentos que eu nunca tive e que queria que acontecesse, pois eu estava disposta a esquecer tudo e começar do zero. A viver novas coisas, e deixar tudo aquilo pra tras. Mas mais uma vez eu fui com intenção boa e descobri que essa pessoa nunca prestou, e que só fez uma coisa na vida de boa. E ainda tem coragem de colocar a culpa em um acidente? Desculpa mas eu acho que a pessoa pode esquecer de tudo da sua vida, mas o seus valores um homem NUNCA OS PERDE. Me poupe, mas eu acho que essa pessoa ja é bem grande pra se encostar nessa desculpa. Porque o que eu, minha mae e meu irmao tivemos que passar por causa dessa pessoa eu não desejo nem pro meu pior inimigo. E não se assuste se eu desejar que você morra. Eu ainda to tentando tirar esses sentimentos horriveis de dentro de mim, mas voce tambem nao faz questao de mostrar algo de bom, algo que valha a pena. Entao acho que vou continuar assim pra sempre, até voce morrer. Só assim as coisas vao se ajeitar. Você não vai me fazer nenhuma falta, porque eu nao lembro de ter um pai presente quando eu sempre quis ou precisei. E quer saber? EU ME ACOSTUMEI A VIVER SEM VOCE. Mas isso tambem nao quer dizer que eu nao encontrei ninguem pra te substituir, e que eu não sinto falta de ter uma figura masculina protetora na minha vida. Eu sinto falta de ter um pai que deixe um pouco de lado o jogo de futebol de um domingo pra me ajudar com matematica, que vá me levar na escola e me de um beijo na testa desejando um bom dia, sinto falta de acordar e ver a mesa do café com quatro lugares, como tinha que ser. Sinto falta de ter um pai desastrado na cozinha que me pedisse ajuda pra fazer uma surpresa pra mamãe na hora do almoço, que ligasse no meio da tarde e disesse 'querida, eu ja te disse que te amo hoje?'. SINTO FALTA SIM, PORQUE EU SEI QUE ISSO NUNCA VAI SER POSSIVEL. E sabe o que eu tenho vontade de fazer quando vou na casa de alguma amiga/amigo e o pai vem pedir se esta tudo bem, ou que abre um sorriso ao ver seu filho chegando em casa em segurança? Eu tenho vontade de poder ter essa mesma sorte que essas pessoas tem. Eu tenho vontade de poder ter algumas horas como essas, eu queria poder ter essas lembranças na minha mente. Mas eu não tenho, porque isso nunca existiu. Eu queria dizer pra você que leu até aqui e que tem uma familia com pai e mãe juntos, que você é privilegiado. Cuide bem deles, sempre. Nunca os abandone, porque tem pessoas que como eu, dariam a vida pra ter uma familia com pai, mãe, irmã e irmão morando no mesmo teto.




 Eu queria muito que algumas lembranças não existissem. Mas querer esquecer não é nem de perto o mesmo que tentar esquecer. Não é coração?

quinta-feira, 17 de março de 2011

E mesmo que voce nao entenda, eu vou estar aqui pra te proteger.

Hoje me deu saudades do nosso tempo. Aquele em que nao faziamos nada, que andavamos pela cidade procurando entretenimento, rindo de tudo e fazendo graça. Quantas estações de felicidade habitando o seu coração. Falando sobre tanta coisa que até nós esqueciamos. Tanta informaçao retida. Como voce me lia tao bem? Sabia o que eu sentia e me olhava, esperando encontrar refugio no seu sorriso. Tantos abraços pra conter nossas lágrimas. Tanto sofrimento e acolhimento na troca de carinhos. Sabe, eu nunca consegui te dizer 'eu te amo, melhor amigo' mas eu conseguia demonstrar, ou pelo menos eu tentava. Espero que voce saiba disso, e que alem de nao nos ver com tanta frequencia e que sua vida mudou muito, que voce encontrou novas pessoas para sentir afeto e amizade, voce lembre de mim e sinta saudades. Porque quando eu lembro de tudo, a saudade vem e eu sorrio. Sorrir é a forma mais doce de esconder uma lágrima. Eu te amo Felipe e obrigada por me mostrar que eu posso contar com alguem que me entende.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Desatino.

Ela levanta, sabe que caminhar é só colocar um pé na frente de outro. Mas a confusão era tanta que ela tentou se concentrar apenas nos movimentos. A mente explodindo em fragmentos minusculos de pensamento, que entorpecia seu corpo inteiro. Uma súbita perda de controle e la estava ela, tentando ajuntar os pedaços que sobraram de si mesma. A aquela altura ja desistira de pensar que o tempo podia curar tudo, se desfez da fé que colocava encima disso, era só mais um de seus passatempos pra tentar aliviar a dor. Decidiu sentar, já que nem se concentrar em caminhar conseguia.

sábado, 12 de março de 2011

Desgastado com o tempo.

Tudo que é antigo me atrai. O cheiro mistico de algo nao usado a anos, com a poeira se compondo como forma de material, objetos com tanta historia pra contar. Musicas de uma outra época que te fazem imaginar como era viver naquele tempo em que quase tudo era proibido, onde pessoas se conheciam pessoalmente e ponto. Onde não existia internet e quase nenhum avanço tecnologo. Aquela época onde destribuir sorrisos era mais gentileza e nao falsidade e hipocresia. Onde tudo era tão diferente que de alguma forma se fundia. Um viva pro passado que me faz ser o que sou hoje.

Introdução para novos capítulos.

Bom meus nobres, meu nome é Drika, tenho 13 anos e estou na 8ª série. Já confiei em pessoas que nao deveria, ja fui amiga de pessoas que hoje nem devem lembrar da minha existencia. Já fiz tanta coisa certa, mas as pessoas só conseguem julgar pelo errado não é?


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Sejam todos bem-vindos ao Insignificante.