terça-feira, 15 de maio de 2012

Sem nexo.

Não sabia bem o que queria deixar subentendido nas entrelinhas imaginárias de seu texto, talvez um reflexo do vazio que carregava consigo, daquele espaço que nunca mais foi ocupado, daquela pessoa que nunca mais voltou. Era isso que a incomodava. Escrevia pra aliviar, mas em todos seus rabiscos havia um vestigio dele. Quando uma pessoa que a gente gosta vive somente nas nossas memórias sentimos vontade de expressar tudo em palavras tortas só pra não perder aquele gostinho de vida que ela nos dava, pra não esquecer aquele pedaço de história tão lindo e rápido. Ainda imaginava o cheiro dele pela casa e tentava achar um pouco dele nas pessoas da rua. Ela nao havia superado e sabia disso. Sabia tanto que não sabia. Sentia tanto que doia e ecoava pela casa como um ultimo suspiro de vida, como a brisa soprando leve no ouvido. Subentendeu-se por assim sentir, se achar nas palavras e lembrar do timbre da voz que gritava lá de dentro dela.

domingo, 22 de abril de 2012

Incoerente tipo esse titulo.

Olhou pra fora depois de tantas horas em sono profundo, não tinha a minima noção de tempo e muito menos de clima. Só acordou, assim sem mais, perdida, doída. O sol fazia arder seus olhos e depois da primeira golpeada de ar nos pulmões atônitos a dor a invadiu. Estava prestes a cair novamente dentro do seu abismo interior que a dilacerava de dentro para fora, queimava como fogo, ardia, incomodava. Por dias podia até jurar que era capaz de quebrar seus ossos por tamanha força. Não conseguia controlar e de repente aquilo tudo explodia, da forma mais sombria que pudesse imaginar. Infiltrava-se em seu sangue, era veneno puro, latejava. A saboreava aos poucos fazendo aumentar a dor, fazendo-a querer morrer. Era mais facil. A dor batia muito bem, como um grande lutador e ela, bem, tentava aprender alguns golpes para amenizar tudo. As vezes obtia sucesso, passageiro é claro e em outras apanhava ainda mais, até chegar num numero negativo. E tornava a dormir, pois era assim que seus monstros interiores não a perseguiam.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Vislumbre repentino.

Engoliu o remédio pra dor de cabeça com saliva, se acomodou na cadeira e deixou a nostalgia e o medo do novo bater. Era preciso aqueles momentos de quietude para organizar sua mente turbulenta diante das coisas. Se não fizesse recorria rapidamente ao desequilibrio e não só o emocional como todo o resto. Sentia um peso dentro da cabeça e sabia que era dos seus pensamentos ignorados pela semana. Tinha dessas coisas de ignorar e guardar dentro de si para depois quem sabe avaliar, se valia a pena lutava, senão jogava na lixeira do tempo. A palavra mudança era algo repugnante e horroroso ao seu modo de vida. Não gostava de trocar um ambiente cômodo e pessoas conhecidas por algo instavel e desconhecido, mas na vida as coisas acontecem e de repente o que você tem mais medo é o que você precisa. Deixava-se reviver momentos que sentia falta, lembrar de pessoas que a faziam bem e teve que abandonar, deixou-se deixar pelas memórias e parte de sua vida. Depois de um tempo, mal sabia ela o que as mudanças trariam para si, afetariam seu gosto, seu jeito, sua vida inteira. Porque tudo que é bom, raro e puro acaba mudando a gente de forma inexplicavel e pra melhor. E as coisas ruins? Bom com essas a gente aprende a ser mais forte e mais inteligente pra uma próxima vez.

sábado, 24 de dezembro de 2011

A ilusão só muda de nome e endereço.

Carregava em seu peito a angustia da sensação de ser traída e toda a sua dor. Alguma coisa havia se quebrado e não sobraria nada para se reciclar, pois esse sim foi um estrago irreparável e horrível. Seu pequeno coração já tinha sido pisado inúmeras vezes, estraçalhado na maioria delas. Se sentia desnorteada e de tantos pedaços que se fez não sabia se conseguiria juntar-se novamente. Afinal, existiria alguma 'super cola' para tal feito no minimo peculiar? O amor era algo que no começo proporcionava uma cura imensa, um bem estar tremendo, mas que no final acabava com a dor e o nada, e para ela sinceramente eram as piores proporções existentes. Precisava usar toda sua força emocional nessas ocasiões, não podia deixar memórias escaparem e a atingirem como facas afiadas, era difícil ao extremo, testando seus limites em todos os momentos. Mas ela sabia que vencendo essa luta, com a ajuda do tempo, as coisas voltariam a ser colocadas em seus lugares. Pelo menos era o que ela esperava.

domingo, 23 de outubro de 2011

Psicologico protestante.

E descarregava as energias em sorrisos. Precisava praticar algum ato que a fizesse confortável perante todos. A raiva impregnada no sangue que fervia e subia, até o alto da garganta. Ela, para não cuspir de ódio travava o sangue na garganta e praticava o verbo sorrir. Exuberante, desfilava pelos corredores à procura de se descarregar. De mostrar pra eles que era capaz de enfrentar a obscuridade sem deixar-se ser derrubada por ela. As unhas cravadas na palma da mão para não interferir em suas emoções. Estancava suas feridas com um pano de ódio. Era insensível, e jamais se aproximava novamente de quem a fez mal. Pensava que se a pessoa já lhe tinha desagradado e a machucado uma vez, porque não viria a fazer de novo? Se afastava de tudo que a fazia sofrer. Sofria por se afastar. Irônico e passageiro. Ninguém nunca foi capaz de marcar sua vida tão lá no fundo que nenhum pano de rancor estancasse a ferida. Mas ela sabia que alguém iria chegar e a mudar. Enquanto as linhas do destino não se encontravam com seu ponto e inicio de paragrafo, ela vivia como sempre. Distante. Perdida. Se machucando para continuar.


Pelo menos ela continuava...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Prágmatico.

Eu tenho medo de te ver fechando a porta das lembranças que me ligam a você e queimando as chaves da fechadura pra nunca mais abrir. Para as lembranças nunca mais escaparem. Receio que você ache que elas estão no lugar certo, ali, trancadas esperando uma tentativa pra voltar a respirar em suas veias e coração. Talvez ache melhor não ter resquicios de mim em sua vida. Talvez arranque todas as folhas dos cadernos que eu escrevi dedicatorias de amor com minha caligrafia horrenda. Talvez jogue fora aquela carta que eu lhe fiz visando te mostrar o quanto de você existe em mim. Talvez num dia de sol, quando sua vida ja estiver sido esvaziada do lixo 'eu' e quando as lembranças nao te atormentarem mais, tu "esqueça" o nosso anel de compromisso no meio fio de uma rua sem importância. Troque a senha do msn, me delete em todas as redes sociais e antes de apagar as mensagens junto com meu numero ainda com o nome 'amor' as leia de novo, só pra lembrar dos nossos momentos. Depois desses segundos de deja vu, pressione 'apagar tudo' sem dó. Talvez teus amigos te lembrem do meu nome, ou algum fale de como eu era simpática só pra te irritar. Talvez você coloque num saco de lixo todas as coisas que eu te dei, deixando o saco na parte de baixo do guarda roupa. Só espero que se isso acontecer, você tome cuidado com meu coração, ele pode te cortar com os estilhaços do que um dia fora um grande amor. E ai, ainda seja. Só que com mais ênfase na palavra dor e solidão como nunca. Lembre que eu prometi que nunca iria lhe deixar, que nunca iria parar de te amar. E tu sabe que quando eu prometo, eu cumpro até o ultimo dia de sanidade mental.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

"Eu te amo mais do que todos juntos podem te amar. Eu te amo mais que toda a extensão da galáctea, toda a extensão do universo. Eu te amo mais do que o infinito, mais do que a luz de um pra sempre. Eu te amo mais que toda a eternidade junta. Muito mais do que todas as coisas que um dia possa existir, muito mais do a mim mesma. Eu te amo mais do que uma pessoa pode amar a outra. E sinceramente? Eu não sei como isso pode ser possivel, só sei que eu amo mais do que consigo expressar-te por meio de palavras e frases mal feitas. E se tudo tem uma limitação, desculpa, mas meu amor por você é exceção à regra." Drika Danieli.